Caro Cornélio,
Não sei quem é sua pessoa e não sei como adquiriu meu e-mail. Para fazer uma avaliação imparcial e mais contundente, sobretudo sobre a ótica da veracidade de uma mensagem, costumo averiguar quem é de fato o remetente e seus interesses. Não obstante não conhecê-lo, gostaria de tecer alguns comentários a respeito da mensagem supostamente assinada pelo respeitável pastor Silas Malafaia.
A suposta mudança de opinião pelo fato de a Marina Silva declarar que como presidente da república iria colocar a questão da legalização da maconha e do aborto à apreciação da população através de plebiscito, é uma atitude equivocada e carente de conhecimento de como se dá uma votação no sistema bicameral como o brasileiro. Só por aí desconfio da autenticidade da matéria, uma vez que não acredito que o pr. Silas Malafaia não seja conhecedor da dinâmica legislativa brasileira. A decisão de legalizar a maconha (que aliás, a própria Marina já se posicionou contra em entrevista a revista Rolling Stone, edição de junho) e do aborto, bem como a questão do casamento de homossexuais, não depende da Marina para ser aprovada ou não, uma vez que essas decisões são de apreciação exclusiva da Câmara e do Senado brasileiros. A Marina, enquanto presidente, ou o Serra, ou a candidata cover do Lula, podem até vetar a proposta, mas de que adiantaria, se o Congresso quebrar o veto presidencial?
O posicionamento da Marina não é de uma cristã dissimulada, mas de uma cristã conhecedora do sistema no qual está inserido. Aliás, todo cristão conhecedor das verdades bíblicas, sabe muito bem que em relação ao pecado, estamos diante, sobretudo de uma questão espiritual. E como tal, não será através de letras inscritas em qualquer tipo de imposição legal que deixará que as pessoas cometam ou não pecados, sejam eles quais forem. A sociedade brasileira e toda história da humanidade, comprovam esse fato. A homossexualidade, por exemplo, sempre foi recriminada, mas nunca deixou de existir, como bem atesta o inconfundível apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos, capítulos 1 e 2.
Deixar que a população decida seus destinos, além de compromisso com a democracia, é sobretudo uma ação que denota a percepção de que a Marina não deixará que o Estado Laico brasileiro se torne um Estado teológico evangélico, em desrespeito a nossa própria constituição. Assim como nós evangélicos não gostaríamos que um mulçumano se elegesse presidente da república e a partir daí nos impusesse com leis os valores do alcorão, também nós não podemos compactuar com tal pensamento.
Colocando a questão do aborto, da maconha e do homossexualismo á apreciação do povo será uma ótima oportunidade para aqueles que estão compromissados com a Bíblia se posicionarem de fato e sairem de cima do muro, local onde se encontram milhões de supostos evangélicos, os quais ainda não perceberam que a sociedade caminha a passos largos para o inferno devida a suas omissões. Esses sim são os cristãos dissimulados que precisam entender que a batalha só será ganha com a ação invencível do Espírito Santo de Deus, o qual é o único capaz de convencer o homem do pecado.
A responsabilidade sempre esteve nas nossas mãos, infelizmente, temo termos despertado tarde para tal fato.
Portanto, por uma questão de ética, espero que o sr. se digne a pelo menos divulgar essa minha opinião para todos que enviou a mensagem, ou então, que poste sua própria opinião sobre o fato.
Obrigado e fique com Deus, pai de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário